BIANCA BORGES
JOLIENE MARQUES
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Os primeiros
métodos de tratamento surgiram durante a segunda guerra mundial. O interesse
militar na tecnologia nuclear criou a percepção da necessidade no tratamento
destes resíduos, criando critérios econômicos e eficazes ao tratamento dos
mesmos. Os dejetos resultantes da atividade humana relacionados à radionuclídeos
(materiais radioativos) em quantidades superiores aos limites estabelecidos por
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear são considerados rejeitos
radioativos, é comum a expressão lixo atômico para referenciar estes resíduos.
A sociedade fabrica e utiliza estes dejetos em clínicas médicas, hospitais,
indústrias e centros de pesquisas internacionais, que as classificam em
rejeitos de níveis baixo, médio e alto. Devido a suas características
peculiares, todo material radioativo está sujeito a um rígido controle quanto
ao seu gerenciamento. Por essa razão, todo material radioativo que é
considerado rejeito deve ser recolhido, tratado e armazenado adequadamente em
instalações especificas para essa finalidade.
PALAVRAS-CHAVES: Rejeitos
radioativos, tratamento e CNEN
1. INTRODUÇÃO
Os primeiros métodos de tratamento de resíduos radioativos surgiram
durante a segunda guerra mundial, devido a demanda urgente de materiais
físseis; então o custo para o tratamento e disposição dos resíduos era um fator
secundário.
Com o desenvolvimento do programa de aplicações pacíficas de energia
nuclear – a tecnologia nuclear, apesar de suas diversas aplicações no campo
civil, nasceu ligada a interesses militares. As primeiras pesquisas brasileiras
na área nuclear foram realizadas na década de 30, mas foi a partir de 6 de
agosto de 1945, com o ataque nuclear sobre Hiroshima, que o interesse
sistemático por tal questão se concretizou no Brasil – tornou-se claro que o
tratamento de tais resíduos como uma das várias fases do processamento de
materiais radioativos, deve ser feito de maneira tão econômica e eficiente
quanto possível e que o armazenamento por longo tempo só deve ser feito quando
não houver alternativa.
Somente a partir de 1948 começaram a aparecer na literatura discussões
sobre remoção de radioisótopos de águas residuais (teste).
2. REJEITOS RADIOATIVOS
Rejeito radioativo é qualquer
material resultante de atividades humanas relacionadas a radionuclídeos
(materiais radioativos) em quantidades superiores aos limites estabelecidos por
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear, de acordo com parâmetros
internacionais, e para o qual a reutilização é imprópria ou imprevista.
Comumente emprega-se a expressão lixo atômico como referência ao rejeito
radioativo. A Comissão mantém, armazenadas em seus institutos, fontes
radioativas em desuso, recebidas de clínicas médicas, hospitais, indústrias e
centros de pesquisas. O transporte, o tratamento e o armazenamento desses
materiais são realizados em consonância com os padrões internacionais de
segurança recomendados pela Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA).
2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS REJEITOS
Nestes critérios os rejeitos são
classificados em três categorias de atividade:
Ø Rejeitos
de nível alto, gerados
em diversos estágios do ciclo do combustível nuclear (fabricação de combustível
nuclear, operação de reatores, reprocessamento de combustível nuclear);
Ø Rejeitos
de nível médio, gerados
também em várias etapas do ciclo do combustível nuclear, em pesquisas, na
indústria e medicina e;
Ø Rejeitos
de nível baixo, gerados
em todas as atividades do ciclo do combustível nuclear (mineração e
beneficiamento do minério de urânio, conversão, enriquecimento, reatores,
reprocessamento, em pesquisa, nas aplicações médicas, na indústria etc.).
3. RECOLHIMENTO
DOS REJEITOS RADIOATIVOS NO BRASIL
Devido a suas características
peculiares, todo material radioativo está sujeito a um rígido controle quanto à
sua utilização e posterior descarte. Por essa razão, todo material radioativo
que é considerado rejeito deve ser recolhido, tratado e armazenado
adequadamente em instalações especificas para essa finalidade. O Instituto de
Engenharia Nuclear (IEN), no estado do Rio de Janeiro, é a única unidade da
CNEN autorizada a possuir um depósito intermediário para rejeitos de baixa e
média atividade, prestando serviços de tratamento e armazenamento de rejeitos
radioativos que possuam essas características. Este depósito atende
preferencialmente os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, atuando,
eventualmente, em outros estados da federação.
Fig.1:
O depósito intermediário do IEN guarda rejeitos de baixa e média radioatividade.
Os rejeitos de alta atividade,
provenientes das usinas Angra 1 e Angra 2, são armazenados atualmente em
depósitos temporários na própria Central Nuclear de Angra dos Reis (RJ). Mas uma das
exigências feitas para a construção de Angra 3 foi a criação de um depósito
geológico, então foi levantada a hipótese de transferir os rejeitos de Angra 1
e 2, para Abadia de Goiás, onde estão os materiais recolhidos após o acidente
com o Césio - 137, em 1987, em Goiânia. Fato que está em discussão no Congresso,
onde o presidente e o diretor da Comissão Nacional de Energia Nuclear foram
chamados a prestarem esclarecimentos. Inclusive o assunto será tema de uma
audiência pública na Câmara dos Deputados.
O IEN possui uma equipe especializada
no gerenciamento de rejeitos radioativos, com a finalidade de orientar o
recolhimento de rejeitos para esta unidade. Os rejeitos mais comuns recebidos
pelo Instituto e que podem ser armazenados são:
- Fontes radioativas fora de uso;
- Rejeitos radioativos sólidos compactáveis com baixo nível de radiação;
- Para-raios e detectores de fumaça;
- Fontes seladas.
3.1. FONTES RADIOATIVAS FORA DE USO
Toda fonte radioativa possui um tempo
de vida útil, que está relacionada com a meia-vida do radionuclídeo que ela
contém. Após esse tempo, a fonte é considerada rejeito radioativo e deve ser
recolhida e armazenada em um depósito de rejeitos. Quando isto ocorre, a CNEN
deve ser notificada para fins de controle e preenchimento de documentação pertinente.
O transporte e recolhimento das fontes radioativas seguem as normas e
procedimentos determinados pela CNEN–NE–5.01 encontrada no site da própria
Comissão. (disponível em: www.cnen.gov.br)
Rejeitos como papel, tecido, luvas,
plástico etc., contaminados por material radioativo são tratados pela técnica
de redução de volume. No IEN esses rejeitos, provenientes dos seus laboratórios
e instituições externas, são compactados diretamente dentro de tambores
metálicos de 200 litros, obtendo-se um fator de redução de 5 para 1 a 7 para 1.
O armazenamento dos rejeitos tratados é feito no galpão de depósito intermediário
nas dependências do Instituto, até a implantação do repositório definitivo da
Comissão.
A fabricação de
pára-raios no Brasil foi autorizada no período de 1970 a 1989, na época estudos
indicavam que este tipo de pára-raios era mais eficiente que os pára-raios
convencionais. Posteriormente, testes mais detalhados indicaram que não havia
diferenças entre seus desempenhos, não se justificando, portanto, a sua
utilização. Por essa razão, a CNEN suspendeu a autorização para a fabricação e
instalação de pára-raios radioativos.
Mas a decisão
sobre a substituição dos pára-raios radioativos já instalados depende das
autoridades municipais competentes. Nas cidades de Rio de Janeiro e de São
Paulo, por exemplo, as prefeituras determinaram que todos os para-raios
radioativos sejam substituídos e enviados para os depósitos da Comissão.
Normalmente,
pára-raios e detectores de fumaça que utilizam material radioativo contem
amerício (Am-241) ou rádio (Ra-226). Os materiais radioativos empregados nestes
para-raios são retirados em células especiais de desmonte e armazenados de
forma segura, no depósito de rejeitos. Devem ser tomados certos cuidados em relação
a embalagem, transporte e entrega de para-raios e detectores de fumaça ao IEN
como:
3.3.1. Pára-raios
Deve-se remover o pára-raios da
haste usando a luva (fig. 2), colocar o pára-raios no saco plástico, descalçar
a luva, colocá-la no saco plástico (fig. 3) e lavar as mãos com água e sabão,
fechar o saco com fita adesiva, colocar o saco na lata (fig. 4) e encher os
espaços vazios com o material de enchimento. Cada lata pode conter somente 1
(um) pára-raios. Para entregar o pára-raios no IEN é necessário agendar a
entrega, com pelo menos cinco dias de antecedência. A documentação que deverá
ser entregue pode ser obtida no site do próprio Instituto, sob a identificação
de Anexos A, B e C.(disponível em www.ien.gov.br)
fig. 2
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fig. 3
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Fig. 4
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3.3.1. Detectores de Fumaça
Deve-se colocar o (s) detector (es) de
fumaça no saco plástico, descalçar a luva, colocá-la no saco plástico (fig.5) e
lavar as mãos com água e sabão, fechar o saco com fita adesiva, faixar o rótulo
"MATERIAL RADIOATIVO" no saco, de modo que o rótulo esteja visível
quando da abertura da embalagem, colocar o saco na lata e encher os espaços
vazios com o material de enchimento. Cada lata poderá conter o número de
detectores de fumaça que não comprometa a integridade física da mesma e permita
seu fechamento seguro e fechar a embalagem (fig. 6). Para entregar o detector
de fumaça no IEN, os tramites são os mesmos que a entrega de pára-raios.
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fig 5. fig 6.
3.4. FONTES SELADAS
As fontes
seladas são aquelas que estão dentro de um aparelho fechado, um exemplo: os
raios-X. Nos processos com fontes radioativas seladas, o radioisótopo Cobalto –
60 ou Irídio – 192 (fig.7),
apresentam-se hermeticamente fechados em uma cápsula metálica de aço
inoxidável, não estando em contato direto com o meio externo. (fig. 8)
Fig. 7: Aparelho de gamagrafia industrial projetado para operação com Ir – 192
Fig. 8: Caracterísitcas das fontes seladas radioativas industriais
Para entregar uma fonte selada no
IEN, é necessário entrar em contato com o órgão. Este contato é feito por
telefone ou e-mail através do Serviço Comercial do Instituto (SECOM) conforme
indicado no site: http://www.ien.gov.br/index.php.
Será pedido o preenchimento de dois
formulários, a Ficha Cadastral de controle do IEN e o RTR ("Requerimento
para transferência de fonte radioativa e/ou equipamento gerador de radiação
ionizante"). No RTR será pedido o tipo de transferência. Neste caso será
uma "Doação", e a justificativa é que se trata de uma "fonte
selada fora de uso".
ü
Sobre a
fonte: informar qual é o radioisótopo, o número de série
da fonte, a atividade (inicial, sem contar as meia-vidas) e a data (de compra,
na qual foi medida a atividade). Estas informações devem estar impressas e
colada em cima da blindagem da fonte ou na lateral do aparelho;
ü
Sobre o
aparelho: informar o tipo de aparelho, a marca, o modelo, a
voltagem, amperagem e o seu número de série. Todas estas informações podem ser
encontradas no manual do aparelho, ou na etiqueta fixada à traseira do mesmo.
O RTR será analisado pelo IEN e
receberá um carimbo, e será encaminhado à CNEN para que seja regularizado o
transporte da fonte fora de uso para o depósito do Instituto de Energia
Nuclear. A partir do momento em que a fonte é
doada ao Instituto, o responsável pela fonte já não tem mais responsabilidade
sobre o destino da mesma, e esta será devidamente encaminhada para estoque no
IEN.
4. CONCLUSÃO
Concluímos que os rejeitos radioativos
produzidos pela sociedade e fora de uso precisam de um gerenciamento especial,
ou seja, devem ser recolhidos e armazenados em locais adequados, obedecendo a
normas rígidas internacionais, respeitando sua classificação e características.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.biof.ufrj.br/content/descarte-de-fontes-radioativas-seladas-fora-de-uso.
Acesso em: 05.06.2011
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[2] -
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http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/06/02/lixo-radioativo-de-angra-1-e-2.jhtm.
Acesso em: 17.05.2011
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[3] -
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em: 14.05.2011
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[4] -
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http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/19-3/artpdf/a6.pdf.
Acesso em: 19.05.2011
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[5] -
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http://www.ien.gov.br/produtos/recrej.php.
Acesso em: 14.05.2011
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[6] -
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http://www.inpa.gov.br/noticias. Acesso
em: 05.06.2011
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[7] -
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https://www.ipen.br.
Acesso em: 05.06.2011
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[8] -
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http://www.ird.gov.br.
Acesso em: 19.05.2011
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[9] –
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http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-energia-nuclear/lixo-nuclear-2.php.
Acesso em: 23.05.2011
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[10] –
|
http://www.tecnologiaradiologica.com/materia_riconceito.htm.
Acesso em: 05.06.2011
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